Ficha
Técnica:
Título: Daytripper
Editora: Panini Books / Vertigo
Autores: Fábio Moon e Gabriel Bá
Páginas: 256
Ano: 2011
Título: Daytripper
Editora: Panini Books / Vertigo
Autores: Fábio Moon e Gabriel Bá
Páginas: 256
Ano: 2011
Hoje começa em Belo Horizonte a oitava edição do Festival Internacional de Quadrinhos, evento que reúne tudo sobre o universo das HQ’s. Pensando nisso, e para homenagear dois dos participantes do FIC, vou resenhar hoje sobre Daytripper, graphic novel escrita e ilustrada pelos gêmeos brasileiros Fábio Moon e Gabriel Bá, vencedora dos maiores prêmios internacionais da categoria: Eisner, Harvey e Eagle em 2011 e também 1º lugar na lista das mais vendidas do The New York Times. Ufa, nem precisa falar mais né?
Brás de Oliva Domingos é filho de um famoso escritor brasileiro e trabalha na sessão de obituários de um jornal porque ainda não encontrou sua voz como escritor. Daytripper é um conjunto de pequenos momentos de grande importância na vida de Brás. O primeiro beijo, o primeiro amor, o verdadeiro amor de sua vida, a relação com os pais, o filho, o grande amigo Jorge. Todos fazem parte de quem Brás é e todos deixaram marcas perpétuas em sua vida.
Cada um dos capítulos conta um pouco dessas relações. O
primeiro beijo aos 11 anos, rápido e inocente. O primeiro amor, revelado na
Bahia, cheio do misticismo de Iemanjá e da cultura local. O verdadeiro amor, a
mulher com quem viveu até envelhecer, que Brás conheceu em uma padaria, uma
coisa tão singela e tão possível de acontecer em nossas próprias vidas, que
torna-se, porque não, poética. A relação de amizade pura e simples com o colega
de faculdade Jorge, por quem Brás foi até os confins do mundo para salvar.
E a cada fim de capítulo marca a morte de Brás naquele momento
e a cada novo capítulo, mostra seu renascer para um novo momento.
Uma coisa que acho legal frisar sobre nosso protagonista é
que ele sonha ser um escritor tão bom quanto o pai, porém é muito mais fácil para
ele escrever sobre a morte de outras pessoas em um jornal do que sobre uma vida,
sobre uma história. Encontrar-se como escritor ( e eu digo isso por experiência
própria ) é um dilema para Brás. E isso só vai acontecer muito tempo depois.
Bem, para encerrar, assim como nas tirinhas “Quase Nada” dos gêmeos,
Daytripper traz a poesia que envolve a insignificância das pequenas coisas e
ainda sim sua importância para definir nossas vidas. É delicado, suave e de um bom
gosto sem igual.
Daytripper merece ser lido, não porque ganhou diversos
prêmios e circula pelas listas do The New York Times, mas porque é de uma
qualidade literária preciosa, cativante e linda. Confesso que não esperava
encontrar nas páginas de uma história em quadrinhos ( maravilhosamente
ilustrada – e digo isso porque amo o traço do Fábio e do Gabriel e as cores
utilizadas tão bem ) a magia da simplicidade do dia-a-dia e a emoção atrelada a
isso.
Indico e assino embaixo. Você não vai se arrepender de ler!
;)
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