quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Resenha: Daytripper - Fábio Moon e Gabriel Bá





Ficha Técnica:
Título: Daytripper
Editora: Panini Books / Vertigo

Autores: Fábio Moon e Gabriel Bá
Páginas: 256

Ano: 2011

Hoje começa em Belo Horizonte a oitava edição do Festival Internacional de Quadrinhos, evento que reúne tudo sobre o universo das HQ’s. Pensando nisso, e para homenagear dois dos participantes do FIC, vou resenhar hoje sobre Daytripper, graphic novel escrita e ilustrada pelos gêmeos brasileiros Fábio Moon e Gabriel Bá, vencedora dos maiores prêmios internacionais da categoria: Eisner, Harvey e Eagle em 2011 e também 1º lugar na lista das mais vendidas do The New York Times. Ufa, nem precisa falar mais né?

Brás de Oliva Domingos é filho de um famoso escritor brasileiro e trabalha na sessão de obituários de um jornal porque ainda não encontrou sua voz como escritor. Daytripper é um conjunto de pequenos momentos de grande importância na vida de Brás. O primeiro beijo, o primeiro amor, o verdadeiro amor de sua vida, a relação com os pais, o filho, o grande amigo Jorge. Todos fazem parte de quem Brás é e todos deixaram marcas perpétuas em sua vida.

Cada um dos capítulos conta um pouco dessas relações. O primeiro beijo aos 11 anos, rápido e inocente. O primeiro amor, revelado na Bahia, cheio do misticismo de Iemanjá e da cultura local. O verdadeiro amor, a mulher com quem viveu até envelhecer, que Brás conheceu em uma padaria, uma coisa tão singela e tão possível de acontecer em nossas próprias vidas, que torna-se, porque não, poética. A relação de amizade pura e simples com o colega de faculdade Jorge, por quem Brás foi até os confins do mundo para salvar.
E a cada fim de capítulo marca a morte de Brás naquele momento e a cada novo capítulo, mostra seu renascer para um novo momento. 

Uma coisa que acho legal frisar sobre nosso protagonista é que ele sonha ser um escritor tão bom quanto o pai, porém é muito mais fácil para ele escrever sobre a morte de outras pessoas em um jornal do que sobre uma vida, sobre uma história. Encontrar-se como escritor ( e eu digo isso por experiência própria ) é um dilema para Brás. E isso só vai acontecer muito tempo depois.

Bem, para encerrar, assim como nas tirinhas “Quase Nada” dos gêmeos, Daytripper traz a poesia que envolve a insignificância das pequenas coisas e ainda sim sua importância para definir nossas vidas. É delicado, suave e de um bom gosto sem igual.


Daytripper merece ser lido, não porque ganhou diversos prêmios e circula pelas listas do The New York Times, mas porque é de uma qualidade literária preciosa, cativante e linda. Confesso que não esperava encontrar nas páginas de uma história em quadrinhos ( maravilhosamente ilustrada – e digo isso porque amo o traço do Fábio e do Gabriel e as cores utilizadas tão bem ) a magia da simplicidade do dia-a-dia e a emoção atrelada a isso.
Indico e assino embaixo. Você não vai se arrepender de ler! ;)





 

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